sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Janaína Jacobina é eliminada

Por
Maurício Stycer


“Quem mandou você vir de salto alto?”, ainda brincou Britto Jr. ao ver a chegada cambaleante de Janaína Jacobina à cena da eliminação da “Fazenda”. “Já me considero uma vencedora como ser humano”, disse ela, dando o tom do que iria ser a despedida mais patética de um participante na história do programa.


“Imperdível!!! Eliminação ao vivo na Fazenda”, informava, em atividade frenética, o gerador de caracteres da emissora, no canto inferior da tela, como se alguém não soubesse o que estava por acontecer. “Nessa roça eu me sinto forte como ser humana”, disse Janaína, insistindo na toada.


Para um jogo que se orgulha de ser “real”, “A Fazenda” inovou esta semana ao submeter os confinados a ruídos cenográficos produzidos especialmente para criar um clima e produzir medo. O programa ficou com jeito de parque temático da Disney – mambembe, naturalmente.


Foi o complemento de uma atividade em que os peões deviam contar histórias assustadoras. “Não tenho nada contra os gatos, mas acho que eles comem os mortos”, disse Janaína, se destacando, como de hábito.


“Momentos de tensão! Hoje é dia de eliminação”, tentava animar o gerador de caracteres, antes de tomarmos conhecimento que os confinados, coitados, foram obrigados a assistir o filme de terror “Jogos Mortais 2”.


O ritual da eliminação inclui, semanalmente, um aviso de Britto Jr. de que as votações estão encerradas, seguido de um bloco comercial e, na volta, o anúncio do candidato que deixará o programa. Nesta quinta-feira, sem qualquer disfarce, o apresentador informou sobre o fim da votação e, imediatamente, lendo uma ficha que já tinha na mão, comunicou a Janaína que ela foi a escolhida, com 58% dos votos.


Deu-se, então, o show da jornalista. “Vou precisar de ajuda para chegar”, começou a dizer, em meio a muito choro. “Agora, não sei como vai ser minha vida”, prosseguiu. Parecendo preocupado, Britto Jr. a abraçou e, dando tapinhas em suas costas, como se estivesse cuidando de uma criança pequena, disse: “Calma, calma. Fique tranqüila. Eu estou aqui com você”.


“Eu passei das tripas ao coração”, disse Janaína, tentando dizer, talvez, que fez “das tripas coração” para vencer. “A vida é um jogo sempre. E a gente precisa saber se controlar”, ensinou Britto. “Mãe, eu quero vocês!”, gritou Janaina. “Obrigado, Brasil”, completou. Nós é que agradecemos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário